Eu tenho ceratocone, e agora?
O ceratocone é um problema de visão que afeta a córnea e pode ser mais comum do que se imagina. Descubra o que é e como tratar!
Mais de 35 milhões de pessoas têm algum problema de visão no Brasil. O ceratocone atinge cerca de 150 mil a cada ano. Muitas pessoas podem ter a doença e ainda não terem sido diagnosticadas. De acordo com o Conselho Brasileiro de Oftalmologia, surgem no mundo de 4 a 600 casos por 100 mil indivíduos.
O que é ceratocone?
A córnea é a lente do nosso olho! Ela é transparente e protege a íris e o cristalino centralizando a luz na retina. Existem diversos distúrbios que afetam esse tecido, entre elas o ceratocone.
O ceratocone causa a distensão da córnea, modificando seu formato arredondado e deixado-a parecida como um cone. Desta forma ocorre um afinamento na membrana, mudando a espessura e a curvatura da córnea.
A doença é progressiva, ou seja, vai se agravando com o tempo. Geralmente manifesta-se na adolescência e progride até os 35 anos de idade, quando pode estabilizar.
E quais são os sintomas?
Ir ao oftalmologista é o primeiro passo para o diagnóstico! Os principais sintomas percebidos por quem tem ceratocone é a dificuldade de enxergar, imagem borrada, sensibilidade a luz e coceira nos olhos. Também em alguns casos podem ver auréolas em luzes e ter visão dupla.
As causas do distúrbio são mistas: genéticas e ambientais. Além da hereditariedade, o problema pode ser causado pela deficiência de colágeno na área ou pela coceira nos olhos, por exemplo. A pressão e força no ato de coçar pode modificar a estrutura da córnea. Por isso, todo cuidado é pouco na hora daquela coceirinha insistente no olho!
Além dos fatores de risco, existem grupos mais suscetíveis ao problema, como pessoas com Síndrome de Down e pacientes alérgicos.
Geralmente quem tem ceratocone desenvolve astigmatismo e miopia associados ao problema. Quanto antes o diagnóstico for realizado, melhor, assim evita-se que o ceratocone progrida. Pois existe o risco de afetar significativamente a visão podendo levar à cegueira legal 1.
Como diagnosticar o ceratocone
O exame oftalmológico de rotina é a melhor maneira de prevenir e diagnosticar qualquer doença ocular e até mesmo sistêmica. Quando existe a suspeita de ceratocone são necessários exames específicos como a topografia corneana e a paquimetria corneana.
O especialista ao examinar o paciente observará nesses casos reflexos em formatos diferentes, além de estrias, espessura da córnea e abaulamento da pálpebra. Os dois olhos costumam ser afetados em 90% dos casos, sendo que um olho pode ter um grau maior do que o outro.
Descobriu que tem ceratocone? Calma, o oftalmologista vai orientar quais as melhores soluções.
Eu tenho ceratocone, e agora?
Não há cura, mas para corrigir a curvatura da córnea e deter a progressão do ceratocone, hoje em dia existem alguns tratamentos de ponta, avançados e muito eficazes.
Com a evolução do ceratocone, é muito difícil manter o uso dos óculos como solução, pois o grau muda frequentemente e não corrige o problema. “Cada caso é único, é preciso avaliar a gravidade e evolução da doença”, explica o Dr. Hilton Oliveira. Ele aponta que o diagnóstico precoce, através de exames periódicos e a atenção em não coçar os olhos são duas maneiras fáceis de escapar do agravamento do problema. Se confirmado o diagnóstico, deve-se seguir a orientação médica, realizando os procedimentos indicados em cada caso e assim garantir a melhor evolução possível, sem perda de qualidade de vida.
Confira as soluções!
LENTES DE CONTATO
Existem diferentes tipos de lentes de contato que ajudam na correção óptica e melhora da visão. Lentes rígidas com diferentes diâmetros, lentes gelatinosas; tóricas, lentes esclerais, entre outras. Muitas vezes o portador de ceratocone não consegue uma visão satisfatória com óculos, as lentes de contato nestes casos, geralmente devolvem a visão necessária para uma vida normal.
ANEL INTRA-CORNEANO
Um procedimento cirúrgico que reduz a curvatura acentuada ao inserir um anel acrílico na córnea, utilizando o Laser de Femtossegundo que permite uma microincisão, bem precisa e sem corte cirúrgico. Este procedimento além de conter a evolução do ceratocone, também reduz parcialmente o grau dos óculos e facilita a adaptação das lentes de contato.
CROSSLINKING
O crosslinking do colágeno corneano é um método que age na estrutura da córnea aumentando a rigidez e melhorando sua curvatura. Após uma raspagem da superfície, é aplicada uma substância que fortalece as moléculas de colágeno, aumentando a resistência do tecido, finalizado com uma luz ultravioleta.
O método é recomendado para casos não tão avançados.
- É um procedimento que aumenta em até 3x a rigidez corneana;
- Pode estabilizar o ceratocone em mais de 90% dos casos;
- Risco per-operatório e de complicações pós-operatórias menor que 1%;
- É realizado no mundo inteiro, com inúmeros estudos desenvolvidos.
Fonte: CFM
TRANSPLANTE
É uma intervenção mais invasiva para casos muito avançados em que houve perda significativa da visão. O transplante é indicado quando não é mais possível a adaptação de lentes de contato e nem a realização do anel estromal. A recuperação é mais lenta. Hoje em dia a cirurgia é moderna e segura.
- Pode ser necessário em mais de 10% dos casos;
- A maioria dos pacientes transplantados necessita de lentes de contato rígidas ou cirurgia refrativa para terem boa visão;
Fonte: CFM
Consulte nossa equipe e saiba mais sobre os tratamentos da córnea!
1 Acuidade visual menor que 20/400 ou campo visual menor que 10 graus e baixa visão a acuidade visual menor que 20/60 ou campo visual menor que 20 graus no melhor olho. FONTE: SBO
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