Obesidade & visão
O sobrepeso é a medida de peso acima do considerado normal pelo IMC) e a obesidade é o excesso de gordura corporal. O sobrepeso e a obesidade trazem riscos à saúde em geral e também podem afetar a visão.
No mundo a obesidade afeta 1 em cada 8 adultos, com perspectiva alarmante de crescimento para 700 milhões (obesidade) e 2,3 bilhões (sobrepeso) até 2025, segundo OMS.No Brasil a obesidade atinge 20% da população adulta e o sobrepeso 60% em pessoas com mais de 65 anos e 30.4% de 18 a 24 anos (Vigitel 2019).
Muitas doenças estão relacionadas ao sobrepeso, aponta estudo: 58% das diabetes, 21% das doenças cardiovasculares e de 8% a 42% de alguns tipos de câncer (2002/ OMS). A obesidade provoca duas principais disfunções: colesterol alto e hipertensão. É fator de risco para problemas cardiovasculares, hepáticos e diabetes (tipo 2), também está associada a problemas respiratórios, de sono e até depressão.
Consequentemente esses problemas levam a diversos problemas oftalmológicos, confira os principais:
Retinopatia diabética
Como a obesidade é fator de risco para diabetes, os pacientes com o problema têm alto risco de desenvolvimento da retinopatia diabética (atinge cerca de 75% dos diabéticos). Isso porque as taxas elevadas de açúcar no sangue, lesionam os vasos sanguíneos da retina, deformando-os. A doença pode também estar associada também a pressão arterial elevada que afeta a circulação. A retinopatia pode levar a uma complicação séria: o edema macular.
Degeneração Macular Relacionada à Idade (DMRI)
Pessoas com obesidade têm 44% mais risco de desenvolver a DMRI do quem tem o IMC ideal (estudo alemão). Devido às alterações de metabolismo da pessoa obesa, são provocadas alterações nos vasos sanguíneos oculares que nutrem a mácula, desencadeando lesões. A DMRI afeta a mácula (área central da retina), que leva a perda da visão central e atinge pessoas na terceira idade, a partir de 50 anos, sendo uma das principais causas de perda de visão.
Catarata
O cristalino pode ser afetado pelas altas taxas de glicose, pois a longo prazo se acumulam proteínas, glicose e outras substâncias nesse processo, opacificando a região (catarata), o que leva à cegueira.
Portanto o excesso de açúcar desencadeia problemas oftalmológicos, pode lesionar os vasos sanguíneos da retina, aumenta as chances de desenvolver catarata e glaucoma, podendo até provocar cegueira. É importante observar que os mecanismos são os mesmos na infância e há um risco maior devido à alimentação das crianças (a incidência da obesidade na infância tem sido cada vez maior).
Glaucoma
O glaucoma pode ocorrer pelo acúmulo de danos no nervo óptico, levando a perda de visão e cegueira irreversível. A desregulação no organismo com acúmulo de substâncias atinge os canais de drenagem dos olhos, que sofrem alterações (algumas obstruções e/ou bloqueios) e consequentemente afetam a pressão intraocular.
Também a obesidade pode causar problemas do sono, como apneia, que é fator de risco para o glaucoma, estudo aponta que quem tem apneia dos ono tem o dobro de chances de desenvolver a doença (Ophthalmology, da Academia Americana de Oftalmologia).
A doença costuma atingir pessoas com mais de 40 anos e acomete mais os idosos.
Cuide da sua alimentação e faça acompanhamento médico!