Calor extremo, ar seco e queimadas: impactos nos olhos
As variações climáticas que temos vivido são cada vez mais intensas e extremas, provocando situações de risco para toda a saúde e incluindo a ocular. Olhos lacrimejando, ardência e coceira são sintomas comuns decorrentes das alterações na umidade do ar, aumento de poluentes no ar, calor extremo e mudanças bruscas de temperatura.
Todas essas condições aumentam a predisposição para crises respiratórias e alergias oculares. Estudos também apontam que há previsão de aumento, maior do que o esperado, na deficiência visual nos próximos anos, principalmente de catarata, glaucoma e conjuntivite. Em locais mais quentes o risco é maior e 44% maior entre idosos. Além do aumento da exposição à luz ultravioleta, que é fator de risco para diversos distúrbios, o clima quente e aumento de poluentes no ar, aumentam as chances de contrair doenças infecciosas, como a ceratite fúngica, por exemplo.
Cuidado: fumaça no ar!
A fumaça, fuligem e poeira decorrentes de queimadas, cada vez mais frequentes com as alterações climáticas, podem conter substâncias que causam irritações oculares e podem afetar a composição da lágrima. Além de lacrimejamento, olhos vermelhos, ardência, entre outros sintomas, a fumaça pode provocar conjuntivites alérgicas, inflamações, blefarite, pterígio, entre outros problemas.
Umidade abaixo no normal
Dias extremamente quentes e secos, com a umidade do ar chegando até índices alarmantes abaixo de 20%, o que é muito abaixo do normal (que é entre 60% e 80%). Além dos efeitos negativos no corpo, principalmente no trato respiratório, essa condição atinge os olhos também, levando a redução lacrimal (evaporação da lágrima) e deixando os olhos irritados. Daí surgem sintomas da síndrome do Olho Seco, como coceira, queimação, sensação de areia nos olhos, por exemplo, além de favorecer alergias oculares.
A secura que afeta a córnea e a região conjuntiva, pode evoluir para complicações como inflamações, lesões, úlceras e em casos extremos, perda de visão. Por isso é importante o diagnóstico e tratamento oftalmológico.
O clima seco também pode aumentar risco de ceratite infecciosa em quem usa lentes de contato e que não mantém os cuidados adequados como: higienização da lente e estojo, lubrificação das lentes e olhos, não dormir ou tomar banho com a lente. Essa inflamação da córnea provoca vermelhidão, alterações na visão, fotofobia e até dor ocular.
Um sol para cada um
Em dias de sol muito intenso , precisamos nos proteger, pois a exposição excessiva ao sol tem efeitos nocivos para a saúde como um todo e no caso dos olhos pode provocar inflamação da córnea, pterígio, alterações na mácula, retina e outros problemas a longo prazo como catarata e degeneração macular. Além disso, provoca lesões oculares sérias porque as células da retina são afetadas, deixando a visão embaçada e com ponto cego.
Confira algumas dicas para amenizar a sensação de incômodo nos olhos causado por essas alterações climáticas e ambientais.
👓 Beba muita água! O ideal é consumir de 1,5 a 3 litros por dia em média. A desidratação afeta a produção lacrimal, para proteção da córnea e nutrição ocular, deixando o organismo suscetível a infecções e inflamações. A água também regula a circulação, lubrificação dos tecidos, transporta nutrientes e elimina toxinas.
👓 Proteja-se do sol! Use óculos com proteção UV e evite olhar diretamente para o sol;
👓 Use umidificadores de ambiente;
👓 Evite exposição prolongada e direta a ventiladores e ar condicionado, que deixam o ar mais seco;
👓 Pisque mais para ajudar a lubrificar o olho;
👓 Lave o rosto e olhos;
👓 Não coçe ou esfregue os olhos, pois provoca uma pressão sob a córnea, que pode contribuir para deformar e afinar a córnea, tornando suscetível a desenvolver ceratocone ou agravando em quem já possui o problema.
👓 Converse com seu médico Oftalmologista sobre colírios lubrificantes para aliviar o desconforto causado pelo ressecamento. Mas nunca se automedique!
Se sentir algum dos sintomas mencionados, procure um médico Oftalmologista!
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