O que é esclerite?
Comumente chamada de parte branca do olho, a esclera é uma membrana que protege a região ocular mantendo seu formato. Ela é uma camada fina e composta por tecido fibroso, constituído de colágeno e bem resistente. Quando ocorre uma inflamação nessa camada é chamada esclerite. É uma doença grave, considerada de urgência e rara, que torna a região ocular suscetível a complicações como edema e infiltração.
Os indícios mais comuns do problema são olhos vermelhos e dor ao movimentar os olhos (que pode ser intensa). E também sintomas como ardência ocular, inchaço, esclera amarelada, redução da capacidade visual e surgimento de nódulo. Os sintomas da esclerite variam de acordo com o tipo ou gravidade do problema. Quando ocorre na região posterior, por exemplo, pode não apresentar sinais (assintomática).
Tipos de esclerite
A doença pode ocorrer na região anterior ou posterior. A mais frequente é a esclerite anterior (90% dos casos), que pode ser difusa, avaliada benigna se tratada corretamente, nodular (presença de nódulos) e esclerite anterior necrosante, marcada pela dor intensa (também associada a outras doenças). O segundo tipo é a esclerite posterior, de difícil diagnóstico, é ainda mais rara e grave, que pode levar à cegueira.
Causas da esclerite
A esclerite costuma atingir mais mulheres jovens e de meia idade. Cerca de 50% dos casos estão associados com doenças inflamatórias sistêmicas como artrite reumatóide, lúpus, sífilis, granulomatose de Wegener, hanseníase, outras doenças reumatológicas e até tuberculose ou hipertensão arterial. Também pode apresentar outras causas, como infecções por Herpes Zóster ou fungos, complicações pós-cirúrgicas e traumas oculares.
A esclera possui três camadas (episclera, estroma e lâmina fusca), e quando a inflamação atinge a episclera é chamada de episclerite. São problemas diferentes com manifestações similares. A episclerite é em geral benigna e a esclerite é mais grave e gera maior desconforto.
Se a esclerite não for tratada a tempo pode evoluir para complicações na córnea, descolamento de retina, glaucoma, catarata, inchaço no nervo óptico, perda da visão e até cegueira.
Para o diagnóstico da esclerite e consequente tratamento correto, somente o médico oftalmologista poderá realizar a avaliação com observação e realização de exames. Ambas têm cura, que pode depender de tratamento medicamentoso com antibióticos, corticoides ou imunossupressores, e em alguns casos procedimento cirúrgico.